A quem interessa a reforma do ensino médio? Quais aspectos do atual ensino médio precisam ser reformulados e quais deles podem ser mantidos? O que há de novo no novo ensino médio além da precarização do currículo e do trabalho docente? Passados aproximadamente cinco anos da contrarreforma, muitas perguntas seguem sem respostas e as incertezas só aumentam em relação às necessidades de melhorias na educação. A educação básica como um negócio torna esse nível de ensino de interesse empresarial e se concretiza no desmonte da educação pública e no impedimento dos jovens de acessar o ensino superior e a pós-graduação, e isso se materializa na redução da carga horária de disciplinas estratégicas tanto para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) quanto para os vestibulares da maioria das universidades públicas. Em 2023, com mais de 1.526 disciplinas eletivas em todo território nacional, o ensino médio vem enfrentando resistências, tanto de alunos quanto de professores e entidades classistas. Apenas as disciplinas de português e matemática permanecem durante todo o percurso e, em contrapartida, a nova lei impõe os chamados itinerários formativos e disciplinas eletivas, que, em síntese, funcionam mais como distração e inclusão excludente. Isso sem falar do notório saber que banaliza a prática docente. O presente livro, além de defender a total revogação ou revisão da Lei nº 13.415/2017, tenta apontar caminhos de superação para a construção de uma educação integrada e emancipatória.